E o ladrão na cruz? A sua salvação não mostra que a imersão na água não seja necessária para a salvação? Esta é a indagação de muitos protestantes. Argumentam assim para evitar a necessidade da obediência para a salvação: "O ladrão foi salvo pelo Senhor, mas não recebeu o batismo. Portanto, o batismo hoje não é necessário para a salvação".
A história do perdão do ladrão penitente, este crucificado ao lado do Senhor Jesus, se encontra em Lc 23.39-43:
Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!" Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal". Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso" (NVI).
Primeiro, é preciso reconhecer que a salvação do ladrão ocorreu antes do início da igreja e dos termos dados para a entrada no reino de Deus. Foi somente a partir de Atos 2, alguns dias após Jesus ser levantado ao céu, que a nova aliança de Cristo foi estabelecida. Antes, não havia a pregação da morte salvadora de Jesus! O ladrão na cruz vivia sob a aliança de Moisés; nós, sob a aliança de Cristo. Portanto, não devemos tentar trazer para a nossa era a experiência do ladrão.
Segundo, enquanto Jesus estava na terra, ele tinha a autoridade de perdoar pecados sob as condições que achava propícias. Perdoava pessoas como o homem aleijado, Mc 2.5, e a mulher pecadora, Lc 7.48. No primeiro momento, ele afirmou que "o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados", Mc 2.10. Quando Jesus subiu aos céus, ele deixou suas instruções do que deve ser ensinado e enviou aos apóstolos o Espírito Santo, para lembrá-los de tudo o que tinha ensinado e para guiá-los em toda a verdade, Jo 14.26; 16.13. O ensino dos apóstolos sempre ordenava a imersão na água como condição da salvação.
Terceiro, há a possibilidade de que o ladrão na cruz tivesse recebido a imersão de João, o Imergidor. É uma suposição, com base na falta de informações, que ele não tinha sido batizado. Devemos ter cuidado de afirmar coisas que não podemos provar.
Quarto, não há, depois de Atos 2, nenhum exemplo de salvação sem a imersão na água. Depois da chegada da aliança de Cristo, todos receberam a imersão na água o quanto antes, porque entendiam como sendo essencial à salvação eterna. Não havia nenhuma demora de meses ou anos, porque sem a imersão na água, a pessoa ainda estava nos seus pecados e eternamente perdida. (Ver, por exemplo, At 16.33.) Pelo contrário, havia urgência para que a pessoa, após uma demonstração de fé, a decisão de mudar a vida e a confissão dos pecados e de Jesus como Senhor e Salvador, fosse imersa na água. "E agora, que está esperando?" é a pergunta que se faz para quem precisa da salvação, At 22.16.
Ainda se baseando no extremismo da doutrina luterana da salvação pela fé somente, à exclusão da obediência, os protestantes (assim chamados evangélicos ou, no Brasil, os crentes) negam, em bloco, a necessidade da imersão na água como condição para a salvação, para a perdição deles e dos que os ouvem.